A Moda dos Anos 20: Características e História

A década de 20 é conhecida como os “anos loucos” e assim como características na política, na vida social e nos outros setores, também teve a sua marca na moda. Se queremos destacar de forma simples como eram os modelitos da época, podemos dizer que eram feitos em tecidos leves, a seda era um dos preferidos. Além disso, a modelagem permitia movimentos rápidos do “Charleston”. Lembra das famosas melindrosas e seus vestidos de franjas? O grande nome da moda, dessa época, foi a estilista Coco Chanel, que levou para o guarda-roupa feminino peças inspiradas no armário masculino, dando mais liberdade de movimentos, criando peças simples e fáceis de serem usadas. Algumas peças entraram na história da moda, como características da década de 20, são elas: colar de pérolas, a cintura baixa dos vestidos, chapéu cloche, sapato de bico redondo e claro, o famoso vestido de franjas. É claro, que com o vai e vem da moda, nos deparamos com referências da moda da década de 20 em coleções mais modernas.

História da Década de 20 e a Moda

Era uma década em que a busca pela liberdade estava acentuada, era um momento próspero e de muita animação, representada pelo som das bandas de jazz (também foi chamada de Era do Jazz) e da alegria contagiante das melindrosas nas pistas de dança. As mulheres chamadas de melindrosas eram aquelas consideradas as modernas da época e o seu modo de ser estava diretamente ligado ao seu modo de vestir. Mas, a sociedade da época não se limitava ao jazz e as pistas de dança, passava por um momento de grande riqueza cultura, frequentava óperas e teatros, além das salas cinematográficas. Aliás, os filmes de Hollywood já nessa época eram uma referência para o modo de ser vestir das mulheres. Enquanto Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino faziam sucesso nas telas do cinema, as mulheres se inspiram nas famosas atrizes Mary Pickford e Gloria Swason. Uma outra celebridade fonte de inspiração era a cantora e dançarina Josephine Baker, que usava trajes ousadas nas suas apresentações.

A Liberdade das Mulheres do Abandono do Espartilho ao Uso da Maquiagem

Era muito recente a “libertação” do espartilho, que foi usado até o final do século 19. Na década de 20, a mulher ganhava ainda mais liberdade, já era permitido mostrar as pernas, o colo e até mesmo usar maquiagem. Falando nisso, a boca normalmente era pintada com a cor carmim, fazendo um efeito de um coração ou arco de cupido. Já os olhos eram bem marcados e as sobrancelhas eram delineadas a lápis depois de bem tiradas. As mulheres da década de 20 não usavam nada na pele, deixava branca para destacar ainda mais os olhos e o batom.

A Liberdade das Mulheres do Abandono do Espartilho ao Uso da Maquiagem

A Liberdade das Mulheres do Abandono do Espartilho ao Uso da Maquiagem

A Silhueta da Década de 20

A modelagem que caracteriza essa época é aquela tubular, os vestidos se tornaram mais curtos, porém, eram elegantes e principalmente leves, os tecidos como a seda eram os mais usados. Os braços e as costas ficam à mostra, um modo de facilitar o movimento de quem gostava de dançar o “Charleston” (dança vigorosa que exige movimentos para os lados partindo dos joelhos). As pernas pareciam nuas, mas na verdade não eram, as meias bege na tonalidade da pele eram as mais usadas. O chapéu passou a ser usado somente  durante o dia e nessa época o modelo mais popular era o cloche (enterrado até os olhos). Esse modelo de chapéu ficava bom somente para as mulheres que cortavam os cabelos curtíssimos, no chamado estilo “la garçonne”.

A Silhueta Feminina Perfeita da Década de 20

Nessa época as mulheres consideradas as mais sensuais eram aquelas sem “curvas”, com quadris e seios pequenos. Uma das partes preferidas do corpo feminino era o tornozelo.

A Silhueta Feminina Perfeita da Década de 20

A Silhueta Feminina Perfeita da Década de 20

Principais Estilistas da Década de 20

Jacques Doucet (1853-1929), um estilista francês, causou grande “confusão” no ano de 1927. Isso porque ele propôs saias que deixavam à mostra as ligas rendadas das mulheres. Os conservadores da época não gostaram nem um pouco da ousadia do estilista. O grande nome da moda da década de 20 é sem dúvida Coco Chanel, as suas peças se caracterizavam com cortes retos, a estilista propôs blazes, cardigãs, além de colares compridos e boinas. Chanel não deixou de criar um só minuto durante essa época, apresentou uma novidade depois da outra, sempre inspirada no guarda-roupa masculino. Outro nome que não passou em branco durante a década de 20 foi o de Jean Patou, também francês, teve destaque com a sua linha “sportswear”. Ele criou coleções inteiras para a grande estrela do tênis na época,  Suzanne Lenglen. Além disso, ele fez grande sucesso com as peças para ir a praia, uma verdadeira revolução. No seu currículo, não entrou somente o nome da tenista, mas de outras atrizes famosas da época.

A Influência da Arte na Década de 20

A arte tem sempre muito a ver com a moda, porque serve de ponto de referência para muitos estilistas para criar uma coleção. Nos anos 20, se falava no estilo art-déco, com o início da arte construtiva. Foi um momento de literários inovadores, como James Joyce, que lançou “Ulisses” ou Scott Fitzgerald, com o grande sucesso “Contos da Era do Jazz”. O Brasil também passou por uma fase importante, aconteceu no ano de 1922, a Semana da Arte Moderna, realizada pelos artistas Tarsila do Amaral e Mário de Andrade. O Teatro Municipal foi palco dessa manifestação de arte brasileira, que reuniu não só pintores, mas também: arquitetos, escritores, compositores, artistas plásticos e cantores. Foi um grande acontecimento cultural no nosso país dos anos 20, principalmente, porque lançou a base para buscarmos uma identidade próxima na década que viria a seguir. Voltando ao cenário internacional, não podemos deixar de destacar o ano de 1925, quando os surrealistas Pablo Picasso e Joan Miró  mostraram pela primeira vez o trabalho deles em Paris.

A Influência da Arte na Década de 20

A Influência da Arte na Década de 20

Anos 20 e as suas Inovações

O momento de euforia que se refletia no modo de vestir e na vida cultural agitada era consequência de uma época de inovações tecnológicas, como a modernização das fábricas, a eletricidade, o rádio e finalmente o cinema falado. Apesar de uma época próspera, também sofreu um grande baque, exatamente no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de New York fechou com a maior baixa da sua história. Investidores perderam absolutamente tudo de um dia para o outro e a economia dos Estados Unidos que ia tão bem foi pelo ralo e em consequência, o resto do mundo. Depois desse período, aconteceu o que é chamado pelos historiadores de “Grande Depressão”. Falências, pessoas desempregas e o desespero. E obviamente, toda essa recessão se fez notar também no modo de se vestir.

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