Qual é o Calçado Mais Antigo do Mundo? Onde Ele Foi Encontrado?
Alguns arqueólogos da Irlanda, sob a liderança da Universidade de Cork, encontraram um objeto que foi apontado como sendo um sapato de couro. Mas não é qualquer sapato não. Esse seria o sapato mais antigo do mundo.
O sapato teria sido encontrado dentro de uma caverna situada na Armênia. A idade do objeto seria de cerca de 5.500 anos. De acordo com relato dos cientistas, o sapato foi encontrado todo recheado de grama. O que eles não souberam dizer é aquele vegetal era usado para manter o formato do calçado, enquanto este não era usado, ou se ele servia para manter os pés aquecidos.
O sapato era feito somente com um pedaço de couro bovino, e o seu estado de conservação era perfeito. De acordo com relatos dos cientistas, o chão da caverna se encontrava coberto por uma camada grossa de estrume de ovelha. Esse material teria contribuído para a conservação do sapato.
História e Evolução dos Sapatos
O sapato surgiu de forma natural, em decorrência da necessidade do ser humano de manter os pés protegidos de pedras, e demais incômodos nos quais eles pisavam. E também para evitarem de pisar em animais peçonhentos.
As pinturas encontradas em cavernas do sul da França e também na Espanha, cerca de 10 mil anos a. C., já demonstravam que os homens pré-históricos daquela época (Paleolítico), já utilizavam algumas espécies de sapatos bem rudimentares, que eram feitos de madeira e de palha. Para os pesquisadores, é bem provável que este tenha sido o 1° modelo de sapato de toda a história.
Dentre os objetos de pedra que os homens das cavernas usavam, haviam vários que era usados para raspar peles. Isso seria um indício de que eles já tinham o costume de curtir o couro desde aquele tempo.
Na região que hoje é o Iraque, mas que era conhecida como Mesopotâmia, eram usados sapatos de couro cru. Os homens daquela época amarravam os sapatos nos pés usando tiras feitas do mesmo material. No caso dos coturnos, estes representavam uma alta posição social.
Os materiais usados para produzir os sapatos no Egito Antigo eram o papiro, a palha, ou então a fibra da palmeira. Eles eram usados apenas quando havia necessidade. E as pessoas os carregavam por todos os lados.
Porém, isso era um privilégio apenas dos mais nobres, como os faraós, por exemplo, que usavam as sandálias adornadas em couro. Nas câmaras subterrâneas, ou hipogeus egípcios, que era usados para os enterros, com idade estimada entre 6 e 7 mil anos, os pesquisadores descobriram pinturas, que eram representações de vários estágios do preparo tanto do couro quanto dos sapatos.
Também nas civilizações romana e grega, os sapatos se tornaram uma forma de diferenciação social.
Vários foram os modelos lançados pelos Gregos. Eles, inclusive, criaram os primeiros sapatos com pés especializados para cada lado (direito e esquerdo). Os escravos, na Grécia, eram conhecidos por não usarem nada para cobrir os pés.
Os sapatos também serviam como indicador de status social em Roma. Lá, os cônsules utilizavam sapatos brancos. Enquanto que os sapatos marrons eram usados pelos senadores. Eles eram presos por 4 fitas na cor preta, feitas de couro, e que eram amarradas por dois nós.
No caso das legiões, estas usavam uma espécie de botas de cano curto, que eram entrelaçadas e deixavam os dedos descobertos. Eram feitos de solados com tiras de couro amarrados nas pernas e nos pés. Com certeza, o seu design não era muito atraente, e forma de construção era bem rudimentar.
A Revolução dos Calçados
Os calçados, como conhecemos hoje em dia, são originários da cultura muçulmana. Depois que ocorreu a introdução da cultura árabe na Europa, na Idade Média, começou-se a usar diferentes tipos de materiais, variação da coloração do couro, um design diferenciado, e também as costuras mais trabalhadas.
A partir de então, começaram a ser criados tipos diferentes de sapatos, mais inovadores, que tinham a sapatilha integral como base. E a parte de cima era fechada por costuras. Esses novos modelos podiam ser usados tanto pelos homens, quanto pelas mulheres.
Na França, no séc. XVI, os saltos eram de uso exclusivo dos homens, na corte de Luis XIV. Eles indicavam ostentação e riqueza. Naquela época, os homens usavam saltos bem altos. Como o rei Luíz XV era bem baixo, ele encomendava os seus sapatos com saltos muito altos.
No caso da padronização das numerações, a sua origem é inglesa. As medidas foram uniformizadas pelo rei Eduardo. A 1° referência que se tem conhecimento de manufatura de um calçado é datada de 1642, na Inglaterra. Na época. Thomas Pendleton chegou a fornecer para o exército 4.000 pares de sapatos, e mais 600 pares de botas. Naquela época, havia uma grande demanda por botas e sapatos para o exército.
No séc. XVIII, começavam a surgir os sapatos manufaturados, logo no começo da Revolução Industrial. As máquinas começaram a surgir por volta do séc. XIX. Elas ajudavam muito na produção dos sapatos. Porém apenas com o uso de uma máquina de costura, os sapatos se tornaram mais acessíveis.
Somente a partir da 4° década do séc. XX, houveram mundanas importantes na indústria de calçados, quando os fabricantes passaram a tocar o couro pela borracha, e também pelo uso de materiais sintéticos, em especial nos calçados infantis e femininos.
Hoje em dia, ainda podemos encontrar algumas marcas de sapatos que continuam representando o status social de quem usa, da mesma forma que acontecia nas eras grega, romana e egípcia.
Os sapatos são peças feitas, desde o início, com a finalidade de proteger os pés, como dissemos no começo. No caso dos países mais frios, eles também servem como aquecedores. Enquanto que, nos países mais quentes, os modelos mais usados são as sandálias e o chinelo, que conseguem proteger os pés, mais sem mantê-los abafados.
Hoje em dia, o sapato também tem outras funções, além de proteger os pés. Ele serve como uma espécie de acessório da moda. Ou seja, ele também desempenha um papel social. E as pessoas usam aqueles que mais combinam com a roupa que está sendo usada naquele dia.