Para quem não leu as notícias, as peles verdadeiras voltaram com força total a fazer parte do mundo da moda e, com isso tem formado novos adeptos. No entanto, desde que a ideia de sustentabilidade tornou-se famosa e o respeito pelo uso do meio ambiente arrebanhou diversas adesões, quem usava roupas feitas com pele verdadeira recebia muitos olhares tortos.
Será que os negócios rentáveis são mais importantes que os princípios? Pelo jeito sim. Com o olhar voltado para a classe emergente e endinheirada, as grandes grifes acharam por bem ressuscitar o símbolo máximo do esnobismo: a pele verdadeira, que acabou sendo onipresente nos grandes desfiles de moda internacionais.
O uso de pele de animais para fazer roupas, ou seja, o uso das mesmas na moda já causou e continua causando muita polêmica. Esse tema havia, até bem pouco tempo, sumido da mídia, talvez por maior consciência dos estilistas ou ainda por protestos frequentes das entidades protetoras dos animais.
Ocorre que o assunto voltou a tona através do desfile de uma grife de roupa, chamada Fendi que fez a promoção de sua coleção de outono/inverno para os anos de 2013/2014 , que trouxe para as passarelas diversos artigos como sapatos, bolsas, e casacos feitos a partir do uso de peles de animais verdadeiros.
A coleção, apesar de ser bastante bonita no design, acabou sendo muito criticada pela sociedade e ainda pelos ativistas e protetores dos animais. O estilista responsável pela grife, Karl Lagerfeld, disse em entrevista que, atualmente não existe mais problemas com a utilização de animais para a confecção de peças de moda, visto que são usadas apenas peles de animais criados em cativeiro e não mais de animais em extinção.
Para tentar amenizar o efeito negativo da coleção ele fez uma comparação com a seda, pois para se utilizar o fio da seda é necessária a eliminação da lagarta. Tecnicamente o estilista não está de todo errado, já que lagartas também são formas de vida. Mas, o seu discurso leva a crer que em virtude de se usar apenas animais em cativeiro para a matança, exime a culpa, pois os animais em extinção continuam preservados.
Mesmo com toda a polêmica envolvida na relação pele animais x moda, bem sabemos que somente as grandes grifes terão cacife para bancar o uso de pele verdadeira. As demais usarão apenas simples imitações, que são politicamente corretas, mas fáceis de serem manuseadas e a um custo bem mais acessível.
O couro e a pele que são imitações têm ainda outras muitas vantagens, pois aceitam diversas texturas, formatos, cores, situações que a pele verdadeira não poderia aceitar. Além disso, a fabricação dos tecidos que imitam a pele de animais é bem menos oneroso e bem mais rápido.
Como atualmente a relação de consumo busca um preço acessível aliado a qualidade, os tecidos que são imitações de pele saem na frente e caem mais no gosto dos consumidores. Fato é que o uso de pele de animais de verdade já caiu no desuso e está fora de moda, e ninguém é obrigado a gostar ou comprar os produtos somente porque vieram de uma grife famosa.
Como tudo em nossa vida, a moda também deve ser prática, barata, confortável e boa. As grandes lojas de produtos bem sabem disso, por isso, oferecem produtos acessíveis e tão na moda quanto aqueles oferecidos pelas grifes.
Problemas do Uso de Pele de Animais na Moda
A utilização de pele de animais nas vestimentas é tão antigo que nos remete a pré-histórica. No entanto, naqueles tempos era a única possibilidade de proteção que os homens tinham, ao contrário do que ocorre atualmente. Hoje temos inúmeras outras opções de tecidos, que não as peles de animais, confortáveis, de fácil uso e que não agridem a natureza nem o meio ambiente, portanto, ecologicamente corretos.
Portanto, o discurso dos estilistas sobre serem animais que foram criados em cativeiro exclusivamente para essa finalidade, não convence. Mesmo que sejam animais, são seres vivos, por isso, parece bastante justa a indignação levantada pelas ONGs, que querem apenas que os animais tenham direito a vida.
Mas a atitude certa ou errada sempre depende de que lado que você está, portanto, as conclusões devem ser tiradas de acordo com o conhecimento de mundo e vivencia de cada um, sem que apenas uma opinião seja imposta, ou considerada a mais correta.
Cinco Razões para Usar a Pele Sintética
Logo abaixo você encontrará cinco excelentes razões para usar a pele falsa, que acaba se tornando muito mais elegante, moderna e ainda sintonizada com a atualidade.
-Peles de mentira são bem mais divertidas: elas não transmitem a mesma mensagem negativa de status e esnobismo. Ao contrário, a pele sintética passa a ideia de modernidade e despojamento. Muito mais colorida, confere ao visual uma ideia bem divertida.
-Peles falsas são bem mais fáceis de serem cuidadas: A pele de animal exige muito mais cuidados e manutenção. Ela necessita ser arejada, mais refrigeração, e, além disso, pode ainda juntar bicho. Já a pele sintética pode ser higienizada até em casa, e ainda a mão, sem maiores sacrifícios.
-Peles falsas têm um custo x benefício muito mais acessível: Claro. Mas é bom salientar que, as peles falsas também podem durar por muitos e muitos anos, basta ter os cuidados certos.
-As peles falsas tem o efeito muito similar ao da verdadeira: isso se deve a maravilhosa evolução que ocorreu na indústria têxtil dos últimos anos, que permitiu a fabricação de peças de pele sintética muito mais semelhantes às verdadeiras. Diferenciar uma da outra só é possível através do toque, pois a textura da pela do animal é bem mais macia, como a de um bicho e ainda o brilho também é mais bonito.
-O uso das peles falsas poupa a crueldade: grande parte dos animais que são abatidos para a fabricação de artigos e acessórios de moda e são inseridas pela indústria, morrem apenas pela pele, pois sua carne não é consumida. Por isso, não há uma aplicação sustentável como ocorre com o boi, por exemplo. Só para se ter uma breve noção de como os animais são abatidos para a confecção de roupas e acessórios, um casaco de tamanho médio usa em média 100 chinchilas; ou 27 guaxinins e quem sabe 11 raposas douradas.